8 de outubro de 2014

Um olhar sobre o Sínodo extraordinário dos Bispos

Estamos a viver a Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, cujo tema é: «Os Desafios da Família no Contexto da Evangelização». Esta é uma etapa intermédia na caminhada Sinodal. O trabalho desta assembleia é conduzido pelo Instrumentum Laboris, que reúne as numerosas respostas do Povo de Deus ao Documento Preparatório.

O setor da Pastoral da Família de Lisboa acompanha este Sínodo com muita atenção, pedindo ao Senhor que o Espírito Santo conduza os trabalhos sinodais de forma a que seja um verdadeiro tempo de caminho eclesial. Tal como afirmou o Papa Francisco, na Saudação aos padres sinodais, é preciso que no Sínodo se fale claro, ou seja que se diga tudo o que se pensa com ousadia e, ao mesmo tempo, que se ouça com humildade e acolha com coração aberto aquilo que dizem os irmãos, fazendo-o com tranquilidade e paz.

Um dos desafios deste Sínodo, tal como indica o tema que preside a estes dois anos de caminhada, é conseguir propor ao nosso mundo o atrativo da mensagem cristã a respeito do matrimónio e da família, sublinhando a alegria que dá a vida em Cristo. Diante dos problemas e dificuldades que tocam a existência da família dos nossos dias, é fundamental que as respostas da Igreja sejam impregnadas de caridade. É importante que este Sínodo não fique apenas com umas ideias bonitas, como disse o Papa, nem que se centre apenas em alguns aspectos da moral cristã, mas que seja abrangente, que fale de todas as realidades da vida familiar, de forma a que se possam descobrir novos caminhos de evangelização. Numa sociedade por vezes tão adversa à vida familiar, cabe à Igreja a proximidade com vida familiar, de forma a que, acompanhando as famílias, possa ser um porto seguro, uma referência, uma orientação.

Assim, enquanto setor da Pastoral da Família, a nossa grande expetativa é que este sínodo traga um renovado entusiasmo por este setor da pastoral, que não é mais um setor entre tantos outros, é aquele que mais toca a vida das pessoas, pois a grande referência da cada pessoa é sempre a família. É preciso implantar uma autêntica Pastoral Familiar nas nossas comunidades cristãs; é preciso trabalhar numa séria e longa preparação para o matrimónio e para a vida familiar, que comece no seio da vida familiar, na catequese, nos grupos de jovens; é preciso que os casais cristãos conheçam a beleza da vocação a que são chamados; em suma, é preciso que as famílias se redescubram como Igrejas domésticas, como santuários de vida e amor.

Queira Deus que este Sínodo possa trazer um novo impulso à Pastoral da Família.

Texto: Pe. Rui Pedro Trigo Carvalho

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